Mais digital e conectada, data promete novos recordes de vendas, segundo GhFly. Varejistas precisam estar atentos às estratégias, por mais que pareçam óbvias

 

Uma das principais datas para o varejo, a Black Friday promete ser a mais digital da história em 2021. No ano passado, as vendas online superaram pela primeira vez as realizadas em lojas físicas, impulsionadas pela pandemia. O e-commerce atingiu 50,4% do total do volume transacionado durante o período sazonal, somando um crescimento de 13% em relação a 2019, segundo dados da Ebit | Nielsen.

Apesar da evolução significativa da vacinação, o Brasil ainda passa por uma fase de incertezas, o que deve manter o comportamento do consumidor de compras à distância, segundo informações da GhFly. Diante desse cenário, a empresa especializada em Marketing Digital de perfomance acredita que as compras relacionadas à tradicional data de descontos serão diluídas em um período maior e não concentradas em apenas um ou dois dias.

Para oferecer uma experiência completa ao usuário, é essencial considerar todos os pontos de contato do público-alvo com a marca. “Isso significa entender a jornada dos clientes, fazer adaptações constantes para oferecer a melhor experiência possível a eles, e se preparar para eventuais imprevistos ou correções de rota. São pautas que não podem faltar na agenda de uma empresa que deseja performar na Black Friday”, afirma Sérgio Hneda, head de estratégias digitais LATAM na GhFly.

Como se preparar para a Black Friday?

Para usufruir das sazonalidades do final do ano, um plano data-driven é o mais indicado. Um aprendizado valioso de 2020 foi que as certezas que temos hoje podem virar uma incerteza amanhã: a economia pode mudar, o mercado evoluir e até mesmo pandemias podem acontecer. A GhFly aponta que o mundo VUCA (sigla em inglês para volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) se tornou mundo BANI (sigla em inglês para frágil, ansioso, não linear e incompreensível).

Tudo isso impacta diretamente nos planos de Black Friday das marcas. Isso quer dizer que montar um planejamento estratégico exclusivamente para a data não é tão assertivo quanto pensar no pré, no durante e no pós. Para ser lembrado é preciso estar presente o ano todo, não apenas nas datas sazonais, segundo alerta a GhFly.

Construção da audiência – Um dos maiores desafios enfrentados por marcas focadas em performance é a limitação da parcela de público que já a conhece e que está mais próxima da conversão. Isso acontece porque o investimento é alocado no final do funil, com foco total em quem já demonstra intenção de compra, a fim de cumprir metas e ver os números crescendo. Ter uma audiência qualificada e aquecida é o gatilho para ter mais vendas gastando menos em períodos de alta competitividade.

Segmentação e performance – Clusterizar o público com base em seus últimos comportamentos na internet, suas ações no seu site e nas informações que ele deixou no momento de realizar algum cadastro é extremamente valioso. A clusterização do público proporciona uma economia de tempo e dinheiro, pois o esforço será direcionado para quem está mais propenso a efetivar a compra. Com a tecnologia certa é possível fazer os agrupamentos adequados de acordo com interesse e comportamento, bem como, criar réguas de comunicação específicas para cada um dos clusters, assim a marca se torna mais próxima do momento de conversão.

Estoque – Programe-se com antecedência tanto em relação às quantidades e variedades dos artigos, quanto à organização do ambiente. Considere encomendar produtos a mais com o seu fornecedor, principalmente aqueles que já têm grande saída fora da sazonalidade, e invista em artigos com margens de lucro altas para trabalhar com descontos mais agressivos.

Análise da jornada de compra – Durante qualquer sazonalidade, o tráfego e a conversão das lojas virtuais sempre aumentam. É essencial manter o seu negócio em uma plataforma de e-commerce robusta e estável. Analise todas as etapas da jornada de compra: reconhecimento, simulação de desejo de compra, informação na busca, escolha, decisão de compra, pagamento, segurança e suporte. Pense também em otimizar os fluxos dentro da plataforma e em facilitar a “encontrabilidade” dos itens. Ainda verifique se o site proporciona uma boa experiência mobile.

UX Design – Layout, descrição e fotos devem ser de ótima qualidade. Por mais óbvio que isso possa parecer, essas informações são essenciais para o entendimento do comprador.

Atendimento – Ampliar o período de atendimento ao consumidor, estar presente nos canais digitais com respostas rápidas e otimizar a página de Perguntas Frequentes (FAQ) com mais detalhes é importante para que o cliente se sinta amparado no momento da compra. O pós-venda é outro ponto essencial: esteja disponível para tirar dúvidas de produtos/serviços e efetuar possíveis trocas.

Pagamento – Forneça diversas opções de pagamento para o usuário. E não se esqueça do parcelamento! Os brasileiros adoram esse formato e pode ser um fator decisivo na hora de concluir o pedido.

Entrega – A preferência pela modalidade de entrega expressa revela que a agilidade na entrega está se tornando mais importante que o preço do frete para uma parcela expressiva dos consumidores. Analise a possibilidade de considerá-la no planejamento.

Segurança dos dados – Por conta da LGDP, assegurar que qualquer tratamento de dados foi autorizado é imprescindível.

Trabalhar com encantamento – Na Black Friday a concorrência é alta, então vale pensar em como usar as tendências para destacar a marca. Ações em vídeos e Live Commerce são algumas opções de estratégias para aumentar as vendas. Em 2020 houve um crescimento de 450% na média de buscas diárias por lives, os vídeos ao vivo se tornaram exemplos de interatividade e engajamento diante das limitações de experiências fora de casa.

Significado da data – Black Friday não se resume apenas a sexta-feira! No ano passado, apenas na sexta-feira o faturamento registrou um aumento de +25% em comparação a 2019. Porém, não foi só este dia que registrou picos importantes. Desde o início da semana até quarta-feira, as vendas registraram variação superior a 100% em relação ao ano anterior. Também foi registrada a tendência de antecipação de compras de final de ano, pesquisas realizadas antes da Black Friday de 2020 apontavam que até 70% dos brasileiros pretendiam aproveitar as promoções para adquirir os itens com antecedência.
Fonte:  mundodomarketing.com.br