O homem sempre precisou comunicar-se com seus semelhantes e as primeiras formas de diálogo foram através de elementos visuais. Antes de desenvolverem capacidades de expressão mediante a linguagem falada, utilizaram partes de seu corpo para expor seus estados de ânimos, desejos e inquietudes que, com o tempo, converteram-na em modelos de comunicação – a raiz do design gráfico.
Mesmo que a linguagem falada tenha predominado como meio de comunicação, a linguagem visual continuou tendo um importante papel nas relações sociais, principalmente pela utilização de materiais como métodos para “modelar” mensagens visuais, como mostram diversos desenhos em pedras e pinturas rupestres que estudamos, nas quais expõem elementos naturais, atividades do cotidiano e diferentes signos.
A expressão de ideias através de formas gráficas se deu por conta do aparecimento da linguagem escrita, que permitia representações de pensamentos mediante um conjunto de elementos gráficos que ordenados, eram capazes de transmitir mensagens que seriam entendidas pela comunidade. Estas linguagens baseavam-se na exposição de símbolos: os alfabetos. Cada um desses símbolos, quando isolados, possuíam um significado incompreensível, entretanto, unidos um ao outro, representavam graficamente a linguagem falada por cada povo ou cultura.
Inicialmente a pedra era utilizada como instrumento portador de mensagem, todavia, foram buscados outros materiais que eram mais acessíveis e possuíam maior portabilidade, como os papiros, peles ou pergaminhos. Também passaram a aplicar distintos pigmentos naturais para dar cor e expressão às obras escritas e desenhos e a dispor os diferentes elementos textuais e gráficos de forma harmoniosa e equilibrada. Isto pode ser apreciado na confecção dos incunábulos feitos nos monastérios e se observava com clareza a importância da organização visual para transmitir uma mensagem.
Posteriormente, Johann Gutenberg deu origem a imprensa, que traz um método de reprodução em grandes quantidades e de forma cômoda, o que possibilitou que documentos e mensagens fossem passados para um grande número de pessoas.
Assim, surgiu a indústria gráfica e a difusão do conteúdo . Foram inaugurados novos materiais como suporte, novas tintas e tipos de letras, começando o aparecimento de profissionais especializados em seu manejo: os tipógrafos e impressores e os primeiros designers gráficos, encarregados de construir fontes para a construção de materiais que formavam um layout harmonioso.
Outro fator que levou ao desenvolvimento do design gráfico foi a Revolução Industrial. Surgiram fábricas e o mercado. Um grande número de pessoas se deslocou para às cidades a procura de trabalho, o número de lojas e comércios foi ampliado. Com isso, desenvolveu-se uma técnica comercial, a publicidade, que tinha como objetivo convencer os consumidores que determinado produto era vantajoso em relação aos demais.
A expansão da publicidade foi acompanhada pelo desenvolvimento do design gráfico e dos suportes de comunicação. Para cumprir com o objetivo citado acima, eram necessárias mensagens concisas, carregadas de componentes psicológicos, com ilustrações cada vez mais desenvolvidas, chegando ao maior número possível de pessoas. A essa altura a preocupação já não era apresentar mensagens visuais não só de qualidade, mas efetivas, que vendiam, e para isso, foram realizados grandes investimentos, tornando possível uma grande evolução nas técnicas e profissionais interessados em coloca-los em prática e desenvolvê-los: os designers gráficos.
Fonte: https://www.printi.com.br/