Cada dia mais, as empresas estão investindo em conteúdo. Elas já se convenceram dos resultados que podem alcançar com o Marketing Digital, e de que ele está baseado em entregar conteúdo de qualidade para engajar o público-alvo e inspirá-lo a tomar decisões (Content Marketing); sabem que, diferentemente do que era feito antes da web 2.0, este novo marketing atua mais direcionado, não busca atingir o público em geral.
Neste contexto, a figura do redator web (Content Writer) vem ganhando destaque. Ele é um profissional que escreve com método (redigir é escrever com método), conhece as novas mídias e emprega sua criatividade para que o seu conteúdo se destaque num oceano virtual que não para de crescer. É um profissional multitarefas: produz conteúdos institucionais, descrições de produtos e serviços, blog posts, roteiros de vídeos, áudios e infográficos, faz entrevistas…
Então, quais os predicados esperados de um bom redator? Pensando nisso, e baseado na minha experiência e pesquisa, separei oito dicas para quem quer iniciar nesta carreira. Veja:
1 – Goste de escrever e seja criativo, mas também entenda de negócio
Escrever conteúdo atraente requer conhecimento de gramática e estrutura textual, mas também muita criatividade. Não se prenda às regras da redação jornalística; encontre a melhor forma de responder a todas as perguntas referentes ao assunto de uma forma agradável aos olhos do leitor.
Também é preciso entender de negócio em geral e, essencialmente, do negócio para o qual você está escrevendo. Afinal, você está produzindo conteúdo com o objetivo de atrair e conquistar audiência qualificada, desenvolver relacionamento e encorajar o público para o objetivo final: vender/fechar negócio.
2 – Entenda minimamente de Marketing Digital
Obviamente, o conteúdo é uma das linhas dorsais do Marketing Digital. Então, é preciso conhecer um pouco sobre o assunto, especialmente se você gosta de contribuir com as ações e quer ter um trabalho com mais autonomia. Do contrário, trabalhará apenas produzindo as pautas que alguém com nível maior de conhecimento lhe passará.
Comece entendendo o Marketing “tradicional” (Administração de Marketing, de Philip Kotler e Kevin Lane Keller, é uma excelente fonte de consulta) e depois veja como ele se desdobra nos meios digitais (consulte Marketing na Era Digital, de Martha Gabriel). Pesquise sobre as ferramentas, sobre redes sociais etc. Quanto mais você souber, melhor redigirá, pois entenderá como se comunicar com diferentes públicos em diferentes plataformas.
3 – Conheça as regras de SEO, mas não esqueça dos seus leitores
Mantenha sempre em mente que você produz para ser encontrado pelo público-alvo, assim, seu conteúdo precisa ficar bem posicionado nos motores de busca (Google, Yahoo! etc.). Mas também entenda que você não está escrevendo somente para ‘robôs’!
Use palavras-chave com moderação. Primeiro, para não acabar sendo considerado spammer (o cara chato que envia spam para todos) e, segundo, para não se distanciar dos seus leitores.
Há pessoas interessadas no seu conteúdo, mas se ele for todo quadrado – pensado somente para o posicionamento no Google – elas perderão o interesse. E o engajamento dos leitores também é decisivo na indexação.
4 – Trabalhe sempre com excelentes fontes (internas e externas)
Não existe conteúdo sem fontes de confiança. Procure identificar dentro da sua empresa – ou da empresa para a qual está produzindo – quais são as pessoas que melhor conseguem externar seus conhecimentos. Elas serão essenciais na hora de tornar sua produção mais densa e confiável.
Separe uma lista com os assuntos macros e as respectivas fontes internas (gestores, técnicos etc.). A partir daí, você pode conseguir informações em conversas informais ou agendando entrevistas. Coloque-se à disposição para ajudar as pessoas a produzir artigos, por exemplo. Esta é uma excelente tática de aproximação. Conforme o relacionamento for se estreitando, mais fácil você obterá informações que contribuam com a sua produção.
Converse com estas fontes internas e solicite que compartilhem contigo quem são as fontes externas (especialistas, jornalistas, sites, blogs etc.) que elas constumam consultar para se manterem atualizadas. Daí pode nascer uma lista inicial de fontes externas. Você também pode buscar em publicações especializadas e até em redes sociais (LinkedIn tem se mostrado a melhor delas para isso).
5 – Seja curioso e use a curiosidade a seu favor
Sabe quando a gente vai a uma reunião e as pessoas falam sobre assuntos que não conhecemos? Sempre que surgirem estas indagações, pergunte a si mesmo se elas não são comuns também ao público-alvo da empresa.
Anote suas dúvidas e sente para conversar com uma fonte interna. Pergunte se ela não gostaria de ajudá-lo a produzir um blog post ou um artigo de opinião. Excelentes conteúdos podem nascer desta parceria.
6 – Crie a sua marca
Muita gente pode escrever, poucos sabem redigir e muito poucos têm uma marca própria de escrita. Mas atenção: a sua marca não pode se sobressair ao tom de voz da empresa que você representa.
Mesmo respeitando o posicionamento da marca, é possível imprimir o seu estilo de escrita. Ele vem com a prática. Alguns redatores imprimem um tom mais despojado, outros usam frases curtas, outros conseguem imprimir um verniz de sofisticação usando metáforas e por aí vai, mas cada um descobre o seu estilo de escrita.
7 – Conte boas histórias
Todo mundo adora ouvir boas histórias. Não é a toa que há muitos anos o mercado publicitário já utiliza o chamado Storytelling, um método que utiliza palavras ou recursos audiovisuais, ou seja, narração de histórias fictícias ou reais, para transmitir conteúdo e promover produtos sem fazer propaganda direta.
Para entender como a ciência explica o poder do Storytelling, veja este infográfico!
Aprimore sua narrativa e busque contar histórias. Ilustre seus textos com pequenos contos, que podem ser casos de sucesso, pequenas anedotas que ajudem seu público a entender o que você está expondo, crônicas com experiências reais que você viveu (ou que suas fontes viveram)… etc. Contar histórias é um recurso que, se bem utilizado, pode cativar seus leitores. Experimente!
8 – Priorize a qualidade
Tenha em mente que um bom texto demora para sair. Invista na qualidade e não na quantidade, e evangelize as pessoas que trabalham contigo neste sentido. Tem muito mais valor postar duas ou três vezes por semana um conteúdo com profundidade do que publicar todo dia algo superficial.
Por fim, aquele conselho que você já deve ter ouvido bastante por aí (funciona!): depois de redigir, deixe seu texto uns 15 minutos de molho, vá tomar um café e volte disposto a enxugá-lo o máximo que puder. Submeta seus escritos à apreciação de terceiros e peça-lhes que sejam críticos. O feedback sincero faz a gente crescer.
Por Cícero Nogueira, jornalista e escreve sobre comunicação e reputação corporativa. Experiente em publicações sobre tecnologia, economia e negócios, desde 2010 também atua em comunicação integrada de marketing, especialmente em empresas de TI.
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