Alguns pontos que tenho abordado nos artigos parecem repetitivos e óbvios, mas acreditem: a minoria das empresas os aplicam na prática. Mesmo sendo evidentes fatos como fornecer conteúdo relevante, produzir comunicação dirigida (segmentando-a de acordo com o perfil do público, localidade e audiência), buscar alternativas (linguagem e canais) para se comunicar com pessoas de 4 a 5 diferentes gerações (veteranos, baby boomers e gerações X,Y e Z) e incentivar a interação entre os públicos e canais. Pois é, poucas são as companhias que efetivamente se atentam para esses desafios.

Tais fatores fazem sentido tanto na Comunicação Externa como para a Interna e aparecem em diversas pesquisas de opinião sobre a área. De acordo com a pesquisa da Aberje “Tendências na Comunicação Corporativa no Brasil – 2015”, realizada com companhias que figuram o ranking das 500 maiores e melhores para trabalhar da Revista Exame, entre os fatores que mais afetam a Comunicação das organizações em 2015 está o aumento da interação e o seu impacto via Comunicação Digital.

É importante ressaltar com este dado que é preciso que os profissionais da área de Comunicação busquem ampliar a interação com os seus mais diferentes públicos e se atentem para o seu impacto não apenas por meio da Comunicação Digital como pelos mais diferentes canais e especialidades da área de Comunicação. Afinal, o mundo mudou e hoje interagimos o tempo todo com as marcas, nas salas de aula com a própria matéria que é ensinada, com nossos colegas de trabalho e familiares, com desconhecidos por meio dos games e também buscamos levar a cultura da interação para além do mundo digital.

Lembremos do antigo programa televisivo Você Decide e dos atuais quadros dos mais diferentes canais de comunicação ‘Você Repórter’, dos números de Whatsapp de diversas rádios, sem falar das ações via redes sociais. Isso significa que não mais consumimos a informação seja ela digital, impressa, televisiva ou radiofônica de forma passiva, produzimos parte dessas informações, muitas vezes nos tornamos fontes delas. E no mundo corporativo os anseios são os mesmos. Não mais nos conformamos em receber passivamente as informações de determinada marca sem a possibilidade de interagir com ela e em nosso mundo do trabalho também há este desejo de contribuir com a empresa produzindo comunicação e, muitas vezes, sendo a própria fonte.

O que pode ser observado em comum entre todos estes exemplos são: a qualidade da filmagem ou da gravação de voz nem sempre está perfeita, mas o conteúdo é sempre relevante; esse tipo de comunicação a torna mais humana, menos fria; a linguagem geralmente é mais simples, objetiva e direta. No entanto, podemos atentar para o fato de que o papel do comunicador é ainda mais importante atualmente, é preciso apuração para que informações falsas não sejam divulgadas, é necessária a moderação das mensagens e é importante que esse tipo de informação seja mesclada com notícias oficiais.

Enfim, a interação traz dinamismo, proximidade e humaniza as informações. No entanto, se faz necessário que comunicadores a utilizem de forma balanceada em suas ações de Comunicação, sem se esquecer dos princípios básicos e éticos como a verdade, a apuração, a investigação, a checagem dos fatos e dados e a produção de conhecimento.

Fonte: Administradores.com.br |  Foto: Divulgação.