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Por Anderson Criativo

Visão, audição, conexão, tato, olfato e paladar. A conexão é um novo sentido.

Pode até parecer exagero atribuir à conexão um status de sentido, afinal ela não é um sentido que podemos experimentar somente com nossos órgãos biológicos. Essa dúvida logo se dissipa ao olhar para os lados em um local público, seja um parque, transporte público ou elevador. Parece que ninguém mais consegue se desconectar. Exagero?

Parece realmente exagero quando pensamos somente pelo aspecto tecnológico, algo como “esse pessoal não consegue mais ficar longe do celular”, mas o ponto não é esse. A necessidade de conexão é nativa do ser humano que, em sua grande maioria, escolhe viver cercado de gente, trocando experiências, emoções, convívio. Claro que os 0,000000000001% que preferem uma vida de isolamento também fazem parte desse mundo, mas estão longe de ser a maioria.

Duas tecnologias ajudaram o ser humano a transformar essa necessidade em um hábito: as redes sociais e os dispositivos móveis, principalmente os smartphones. As redes sociais possibilitaram que nós conseguíssemos encontrar amigos antigos, nos conectar a potenciais clientes e fazer novas amizades com interesses parecidos com os nossos. Como complemento, os smartphones possibilitaram que essas redes sociais fossem parar em nossos bolsos e bolsas, acessíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana e ninguém mais conseguiu viver sem isso.

Esse desejo de estar conectado não é tão fútil quanto alguns podem imaginar. As pessoas compartilham coisas que fazem sentido para elas e para a sua rede de relacionamento. Se elas são fúteis, compartilharão coisas fúteis; se são geniais, compartilharão coisas geniais. Isso não depende da tecnologia, que é apenas o meio, mas sim das pessoas que usam essas tecnologias como um reflexo do que são. Manter-se conectado tem um grau de importância cada vez maior.

Pessoas conectadas são o grande desafio do marketing e da comunicação na atualidade. Não basta que a sua comunicação impacte alguém, ela precisa ser compartilhada por uma pessoa conectada para ganhar escala. Se por R$1 você impacta uma pessoa, mas pelo mesmo valor você consegue fazer com que uma pessoa compartilhe isso para os seus 50 contatos no whatsapp ou 300 amigos nas redes sociais, fica claro que para se destacar nesse novo cenário é necessário criar conteúdo compartilhável, entendendo que o papel das mídias é secundário. Em resumo: influenciar as pessoas conectadas para que elas façam o trabalho para você.

Mas por qual motivo as pessoas precisam compartilhar coisas? Resposta: porque elas precisam influenciar continuamente as suas redes, senão a influência delas diminui. Quem não é visto, é esquecido. Compartilhamento constrói imagem e provoca reações, reforçando a ideia de pessoa informada, politizada, cool, engraçada, ácida, enfim, qualquer que seja o objetivo da construção da marca pessoal, que nunca para.

Não é fácil saber o que pode ser interessante a ponto de gerar compartilhamentos. Por isso que empresas de mídia de vanguarda como o BuzzFeed, The Verge e Mashable deixaram a intuição de lado e desenvolveram sistemas complexos que analisam em tempo real o nível de “viralidade” de um conteúdo, antes mesmo do redator clicar no botão publicar. Toda essa tecnologia tem uma função clara: ampliar o alcance dos seus conteúdos e, consequentemente, faturar mais. Hoje todas essas empresas valem muitos milhões de dólares e já começam, inclusive, a ofertar soluções tecnológicas de comunicação para grandes marcas.

A maioria das marcas ainda não percebeu essa mudança de contexto onde as “mídias” mais importantes são as pessoas conectadas e a grande moeda não é a atenção, mas o compartilhamento. Obter a atenção das pessoas não basta, é preciso que quem seja conectado queira compartilhar sua mensagem. É isso que fará a sua mensagem ganhar escala e o seu investimento em marketing e comunicação render mais.

As pessoas já estão conectadas. Chegou a hora das marcas se conectarem.

Fonte: http://www.administradores.com.br/