O empresário do varejo costuma reduzir investimentos em marketing em tempos de crise. Essa não é uma boa estratégia, porque é agora que se torna fundamental observar como o consumidor vai estar reagindo à recessão econômica. O interesse por novas marcas diminui, e o consumidor gasta mais tempo negociando preço com os vendedores na procura de bens duráveis como carros e eletrodomésticos.
Em tempos de crise, o empresário varejista tem a oportunidade de oferecer produtos populares para as classe C, D e E. Para os produtos populares a crise vira uma grande oportunidade, pois, com a redução da pobreza no Brasil, a chamada classe C (com renda familiar entre 1.115,00 a 4.807,00 reais mensais), representa hoje a maior parte da população, formada por consumidores emergentes, principalmente da classe D, que melhorou de vida, após a transferência de renda, resultado dos programas sociais.
Qual o segredo da expansão das redes populares de varejo? Foco no mercado de baixa renda, investimentos em regiões não saturadas. Identificar um nicho de mercado, em setores voltados a bens essenciais e direcionados ao público de baixa renda. Inovar sempre, com muita criatividade para aproveitar as oportunidades.
As Casas Bahia, por exemplo, têm um conceito moderno de Loja: a Loja Conceito – Com layout moderno, tecnologia avançada, e pratica o marketing experimental, ou seja; os consumidores experimentam todos os produtos da loja. Os valores mais importantes exigidos pelo consumidor passam a ser: confiabilidade, a durabilidade, a segurança e a qualidade do produto.
O material promocional deve ser adequado e possa ser compartilhado com a família da classe média, sobre as melhores opções de compra, comunicação clara nas promoções, identificação do valor do desconto, condições de pagamento, sinalização da loja, de forma visível, focando sempre o seu público-alvo. Não usar termos como “popular” e “pobre”, nas campanhas. Utilizar o termo “Econômico”.
As mensagens das campanhas publicitárias devem valorizar mais as cenas com as famílias, com imagens de cenas domésticas, móveis, objetos de casa e outros produtos de entretenimento familiar. Depois de cortar custos, utilizando embalagem mais econômica, por exemplo, sem prejudicar o consumidor, sua empresa pode utilizar a estratégia de ganhar participação no mercado comprando competidores mais fracos. É na crise que as empresas buscam as oportunidades na aquisição de concorrentes mais fracos.
Algumas organizações tornam-se mais fortalecidas, depois que a crise passar. Nem todos perdem; alguns setores da economia até crescem, como por exemplo: consumo de alimentos e bebidas gerando, assim, aumento na venda de embalagens e Os produtos de consumo imediato, aqueles não dependentes de crédito, não são atingidos pela crise.
Outras Lições de Marketing em tempos de crise: • “Cada um tem suas especialidades, e, para ganhar mercado em várias áreas, não é preciso ser o melhor em tudo, mas saber exatamente a quem se aliar”. • “Quem busca dar vida longa à empresa precisa pilotar o negócio como se dirigisse um carro, olhando para a frente, antecipando os obstáculos e encontrando soluções para removê-los.
Aquele que administra uma empresa tendo por base os resultados do balancete do mês, age como o motorista que dirige com o olho, só no retrovisor”. • “Não basta dizer que você fala a língua do consumidor. É preciso provar.” • A mesma linguagem dever ser apresentada na embalagem, na comunicação visual, na propaganda e no site cujo conteúdo deve estar diretamente ligado às expectativas do seu público-alvo.”
“Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la. Não pretendamos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo.” Albert Einstein.
Por Rosival Fagundes, especialista em Gestão Empresarial e pós-graduado em marketing.
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