Quem pesca sabe, dependendo do peixe e do tipo de pescaria, é preciso usar determinada vara, molinete ou carretilha. Na pesca esportiva, os pescadores conhecem previamente o local onde irão pescar e, se não o sabem, recorrem ao piloteiro (normalmente alguém da região que vai como guia orientando onde e quando jogar a linha).

Existe também uma pesca mais simples e muito utilizada ainda, apesar de já estar proibida em muitos locais, que é a pesca com rede.  Nesta, o pescador joga a rede e pega qualquer coisa. Qualquer Coisa Mesmo! Pode até vir um peixe grande, mas pode vir também os pequenos, camarões, lulas, e até lixo, estes bem constantes.

O que isto tem a ver com Redes Sociais? Ocorre que a mídia feita nestas redes, conhecida também como mídia social, é um tipo de comunicação dirigida, que pode ser analisada do ponto de vista da pesca esportiva. Você deve conhecer bem seu público-alvo, ou seja, o peixe. Tanto que hoje as estratégias de lançamento de produtos digitais chamam o início do processo de “isca digital”. Tem que conhecer o meio onde seu público vive, suas preferências, seus desejos e necessidades. A ponto de saber qual “comida” ele quer e o que você deverá oferecer para conseguir fisgá-lo.

Antes de começar qualquer divulgação, é importante determinar quais canais são mais eficientes para chegar até seu público, e que tipo de mídia social ele mais acessa: facebook, twitter, youtube, periscope, instagran… Uma mídia pode funcionar muito bem para determinado negócio, mas não ser tão assertiva para outro.

A comunicação de outrora, muito baseada na propaganda tradicional, trabalhava um produto para a massa, de forma homogênea, sem particularidades. Sugestionada pela revolução industrial, que elaborava produtos padronizados para conseguir fabricar mais em menor tempo, a comunicação e seus meios (tv, rádio, revistas, jornais) faziam divulgação sem saber ao certo quem os estava vendo. Não era possível mensurar precisamente a audiência, pois ela cresceu a pontos extremamente impensáveis.

A comunicação evoluiu, a internet adentrou na sociedade, e possibilitou um contato maior entre empresa/ consumidor. A propaganda e o marketing, apoiados por uma produção mais segmentada, começou sua busca por conhecer as preferências dos clientes e a elaborar produtos que atendessem suas necessidades.

Um pulo na evolução trouxe a possibilidade de um contato one to one, proporcionado pelas redes sociais, que estão fortalecidas por este consumidor pensante e determinante dos produtos, o fez com que a comunicação passasse a seu ponto máximo de dirigibilidade. Uma comunicação dirigida que conhece o que quer vender, como, onde e quando (os horários são determinantes nesta mídia), e o mais importante, a quem deseja vender.

É importante destacar que, para definirmos este público-alvo corretamente, devemos levar em conta alguns critérios, como:

  • Aspectos Demográficos, exemplo: sexo, idade, renda
  • Aspectos Geográficos, exemplo: residência Litoral/interior, zona urbana/rural, localização, bairro, cidade, estado.
  • Aspectos Comportamentais, exemplo: gostos pessoais, sensibilidade ao preço, sensibilidade à qualidade.
  • Aspectos psicográficos, exemplo: a personalidade, estilo de vida, valores morais.

Sim, o produto se modificou, de físico para virtual, ou mesmo foi potencializado por sua vertente virtual, e assim, a necessidade de planejar a comunicação se intensificou. Desta forma, irá permanecer e obter maiores resultados nas mídias sociais quem souber pescar, de vara, molinette e carretilha. Rede não vale, pois rede pesca tudo e tudo é nada!

Da próxima vez que pensar em mídias sociais, não se esqueça de buscar ser um bom pescador.

E boa pescaria!

Fonte: Administradores.com.br | Por Vanessa Medeiros de Carvalho, jornalista, especialista em Marketing e mestre em Administração.  | Foto: Divulgação.